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Rio Tinto (PB) e suas incríveis histórias

Rio Tinto, no litoral norte da Paraíba, é bem diferente de outras  cidades no interior do Nordeste. Edifícios geométricos de tijolos aparentes, avenidas largas cortadas por ruas transversais retas. Uma arquitetura bem característica de cidades europeias dos tempos da Revolução Industrial. Nesse post, vamos visitar as principais atrações do lugar, conhecer a sua incrível história e entender os motivos que fizeram com que ele se tornasse assim tão diferente. Máquinas a todo vapor no meio da mata Tudo começou por volta de 1917, quando Frederico Lundgren, filho do sueco Herman, chegou com o seu pessoal  por essas terras. Na década anterior, eles tinham iniciado a Fábrica de Tecidos Paulista, em Pernambuco. Frederico tinha o interesse de expandir os seus empreendimentos e aquela região, de engenho de fogo morto, (ou seja, com engenhos que não moem mais cana) com vários rios, fartura de madeira e terra, seriam ideais para a construção do que se tornaria a Companhia de Tecidos Rio Ti...

Central do Brasil

O pequeno distrito de Cruzeiro do Nordeste, da cidade de Sertânia, a 300 quilômetros do Recife, na encruzilhada entre a BR 232 e a 110, um dia se tornou Bom Jesus do Norte no filme Central do Brasil. Nesse post do Reverso do Mundo, vamos contar como isso aconteceu: Tudo começou entre 1996 e 97, quando apareceram pessoas diferentes na localidade. Tiraram umas fotos, falaram com um e outro e foram embora sem dar maiores explicações. Algum tempo depois, reapareceram. Dessa vez em comboio. Agora sim disseram o que vieram fazer naquele lugar: Preparariam o povoado pra se tornar um dos cenários daquele que foi um dos mais premiados filmes do cinema brasileiro. Lembranças de um grande set de cinema Foram meses no meio de uma produção cinematográfica, onde tudo anda em ritmo acelerado, os prazos são apertados e as coisas têm de estar todas em seus lugares. Quem nos guiou por esta viagem pelo tempo e as memórias foi Fred Francisco, que trabalha no posto às margens da estrada. Ele, na época um g...

O Paraíso Terreal e outros causos

A Pedra do Rodeadouro, nas proximidades de Bonito, cidade onde ficam as cachoeiras mais visitadas do estado de Pernambuco, guarda uma impressionante história, porém, pouco conhecida do grande público. No ano de 1811, quando a cidade de Bonito apenas começava a tomar as feições que teria mais tarde, chegou por aqueles lados um ex-soldado de nome Silvestre que tinha desertado do 12º batalhão das milícias de Alagoas. Silvestre se tornaria a figura principal de uma das primeiras comunidades messiânicas sebastianistas de que se tem notícia na história do Brasil. Mais de 50 anos antes do movimento do Arraial de Canudos, na Bahia e quase 100 anos antes da Revolta do Contestado, que ocorreu entre 1912 e 1916, no sul do país. Não se sabe muita coisa sobre ele. Onde nasceu, como foi parar em Bonito… Mas Silvestre conseguiu reunir em torno de sua figura um grande número de miseráveis que vagavam pelos sertões e fundou o “ Reino do Paraíso Terreal”. A Pedra do Rodeadouro e o “Paraíso Terreal” A im...

A Praia do Amor e a lenda do romance dos índios

Pertinho de João Pessoa, no município de Conde, litoral sul da Paraíba, fica a Praia do Amor. Ela está entre as praias mais frequentadas pelos turistas na cidade. É a que fica mais próxima do centro do distrito de Jacumã. Nesse post, vamos conhecer a lenda mais conhecida da região. Um encontro especial Antes mesmo de chegar, conhecemos o Sr. Jorge, que se auto intitula um dos mais antigos moradores daquela área do finalzinho de Jacumã. Ele nos mostrou umas peças de artesanato que faz com cascas de amendoeiras. Essas árvores são bastante comuns não só no litoral da Paraíba como em toda a região da zona da mata do Nordeste. As árvores mais velhas têm a casca mais grossa e é com elas que o Jorge esculpe, com a ajuda de pequenos instrumentos metálicos, casinhas minúsculas, entre outros motivos. O comerciante e artesão nos contou uma história, uma lenda que segundo ele, explica os porquês do nome da praia. A lenda do romance dos índios e a Praia do Amor O Sr. Jorge achou que era reportagem ...

A casa onde Maurício de Nassau (não) morou

Na rua Sete de Setembro, Sítio Histórico de Olinda, próximo à Praça da Preguiça e o Sítio de Seu Reis, que já visitamos aqui no Reverso, há um casarão que logo atrai os olhares pelo seu vermelho vivo. Esse local acabou se tornando um ponto turístico por acidente. Não é um museu, nem tem um restaurante, nem sequer um dos inúmeros ateliês da cidade alta. Porém, é a fonte de uma lenda urbana que já foi tão massificada que muita gente local e até mesmo os guias de turismo repetem: A história de que uma das moradas de Maurício de Nassau teria sido aqui. Nassau e suas residências Nassau era um conde alemão que foi contratado pela Companhia das Índias Ocidentais e se tornou o governador das possessões holandesas no Brasil. Em 1637, desembarcou no Recife e foi o responsável por melhorias urbanas na cidade. Mandou construir a primeira ponte de grande extensão do Brasil e também seus dois palácios. O primeiro palácio, de nome Friburgo, ficou pronto em 1642 e era o local de despachos e demais tra...

Rua do Bom Jesus

A rua do Bom Jesus fica no bairro do Recife Antigo e é uma via importantíssima dentro do contexto histórico e cultural da capital pernambucana. Vamos conhecer sua história, além de alguns de seus pontos interessantes nesse passeio. Essa rua tem seus primórdios no começo do século XVII, quando os holandeses tomaram Pernambuco. Os navios flamengos que chegaram pela praia entre Igarassu e Paulista, conquistaram Olinda e voltaram seus olhos pra uns armazéns dos portugueses. Essa localidade era nada menos do que o atual bairro do Recife; que, no entanto, não passava de uma vila de pescadores onde havia um pequeno porto. Esse local em nada lembrava o lugar que anos depois, se tornaria a capital do estado de Pernambuco. Os holandeses chegaram! Incêndio em Olinda! Depois da captura desse porto, os holandeses começaram a organizar o espaço em que iriam habitar e trabalhar. Assim, fizeram obras que incluíam a construção de uma muralha em volta do povoado, com alguns lugares específicos (as chama...

Tortura Nunca Mais

Hoje nós finalizamos o passeio pela parte norte da Rua da Aurora, numa parada na Praça Pe. Henrique, onde vemos o monumento Tortura Nunca Mais. Um projeto para revitalizar a rua No início dos anos 1990, a prefeitura da cidade do Recife pretendia revitalizar uma área da Rua da Aurora que praticamente não tinha movimento. Surgiu então a ideia de se fazer uma praça com um monumento em memória dos mortos e os desaparecidos da época do regime militar. Um concurso foi feito e a proposta vencedora foi a do artista plástico piauiense, hoje radicado em Olinda, Demétrio Albuquerque. Leia também no Reverso: O Marco Zero do Recife e as origens da capital pernambucana A Casa da Cultura do Recife Em 27 de agosto de 1993 aconteceu a cerimônia de inauguração do Memorial Tortura Nunca Mais, onde participaram várias representantes do poder público e da sociedade. Esse foi o primeiro memorial construído em praça pública em homenagem aos presos e desaparecidos políticos mortos no Brasil. Várias homenagens...

Antes do Futebol, o Remo

Houve uma época em Recife, assim como na maior parte das grandes cidades brasileiras, em que o Remo foi mais popular do que o futebol. Sim, isso parece impensável hoje em dia, mas já foi uma realidade. E a Rua da Aurora faz parte dessa história. Como surgiu o Remo em Recife A modalidade era praticada desde a segunda metade do século XIX por rapazes que vinham principalmente da Inglaterra com os barcos. A Aurora do Recife Jaqueira e Futebol As regatas eram disputadas entre eles, tudo muito por entretenimento mesmo, não existiam clubes, muito menos calendário de competições. Em 1885 é que aparece o Club de Regatas Pernambucano, que promove as primeiras provas no ano seguinte. Agremiações e as competições Logo em seguida, apareceram as agremiações de Remo do Recife e muitas delas estabeleceram suas sedes na rua às margens do Capibaribe. Quase todas passaram uns poucos anos, apenas um clube ainda mantém atividades por lá: O Clube Náutico Capibaribe. O Almirante Barroso ( que mantém a grafi...

O Parque da Jaqueira e os primórdios do futebol em Pernambuco

Parque da Jaqueira: ele fica no bairro de mesmo nome, na zona norte do Recife. Um lugar que tem seus primeiros registros no século XVII, pois foi cenário de combates entre os luso-brasileiros e os holandeses que tentavam capturar o forte no Arraial Velho do Bom Jesus. Antes de existir o parque No ano de 1766, o capitão Henrique Martins, proprietário de um sítio no local, mandou construir uma capela dedicada a Nsa. Senhora da Conceição. O templo ainda está em funcionamento, com missas e outras celebrações. Em frente à capela está um pequeno jardim projetado por Burle Marx. Arraial Velho do Bom Jesus Jardins de Burle Marx Em 1984 a área foi concedida à Prefeitura do Recife, que implantou essa grande área de lazer de 70 mil m². O espaço tornou-se rapidamente um ponto bastante procurado para caminhadas, corridas de bicicletas e, ocasionalmente, eventos culturais. Nos fins de semana, fica cheio de gente. Famílias trazendo suas crianças, muitas delas ainda pequenas, pra curtir ...