Pular para o conteúdo principal

Antes do Futebol, o Remo

Houve uma época em Recife, assim como na maior parte das grandes cidades brasileiras, em que o Remo foi mais popular do que o futebol. Sim, isso parece impensável hoje em dia, mas já foi uma realidade. E a Rua da Aurora faz parte dessa história.

Como surgiu o Remo em Recife

A modalidade era praticada desde a segunda metade do século XIX por rapazes que vinham principalmente da Inglaterra com os barcos.

As regatas eram disputadas entre eles, tudo muito por entretenimento mesmo, não existiam clubes, muito menos calendário de competições.

Em 1885 é que aparece o Club de Regatas Pernambucano, que promove as primeiras provas no ano seguinte.

Agremiações e as competições

Logo em seguida, apareceram as agremiações de Remo do Recife e muitas delas estabeleceram suas sedes na rua às margens do Capibaribe.

Quase todas passaram uns poucos anos, apenas um clube ainda mantém atividades por lá: O Clube Náutico Capibaribe.

O Almirante Barroso (que mantém a grafia antiga “Barrozo” em sua fachada) também fica na Aurora, porém, não disputa mais as regatas, conserva apenas sua sede social, inclusive com um restaurante conceituado, e um time de futebol amador.

É bom que se diga que o Sport Club do Recife tem um tradicional departamento de Remo, várias vezes campeão pernambucano, mas sua sede está em outro bairro.

Já o Santa Cruz Futebol Clube teve a modalidade apenas por 3 anos, não alcançando muita relevância.

…Mas é o futebol que conquista o povão

Num rio que percorre vários quilômetros dentro de uma capital movimentada e com bastante poluição como é Recife, é até difícil acreditar que já foram realizadas várias regatas.

Porém, o esporte foi, como nós já colocamos, bastante popular até o Futebol começar a ganhar a preferência do público.

O “esporte bretão ganhou a preferência do povo por vários motivos, entre eles o fato de que o Remo ainda é caro, num país como o Brasil, e, por isso, não foi capaz de entusiasmar muito a população mais pobre, ao contrário do Futebol, que só foi crescendo a ponto de se tornar o que é hoje.

Em frente aos clubes há uma saída pra o rio Capibaribe, por onde passam os remadores quando saem e chegam de seus treinamentos.

Em algumas horas do dia, passando por uma das pontes, você poderá ver algum barco deslizando pela água, geralmente quando a maré está cheia.

É interessante dar uma passadinha nesse ponto da Rua da Aurora, pois além de ter contato com a história do esporte em Pernambuco, você poderá apreciar a vista, principalmente se vier em horas em que o sol estiver baixo, como no começo da manhã ou no cair da tarde.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Engenho Uruaé - Turismo rural e histórias em Condado - PE

Na zona rural do município de Condado, que fica na região da mata norte pernambucana, a 60 quilômetros do Recife, fica um recanto cheio de histórias: O engenho Uruaé. Fundado em 1736 por Manoel Corrêa de Oliveira Andrade, o Uruaé conserva, em ótimo estado, aquilo que é chamado de “quadrilátero do açúcar”: Casa-grande, a Capela, Senzala e a chamada “moita”, que é o lugar onde se produzia o açúcar. Esta é a  formação completa de um clássico engenho do Nordeste. A “ moita ” e a Senzala Apenas a “ moita ” é que não tem mais as moendas e demais engenhocas, porém, ainda podemos ver a chaminé, caminhões que transportam cana-de-açúcar e demais peças que passaram a usadas já depois que o maquinário e o próprio edifício foi modernizado no século passado. Atravessando um terreno gramado, chegamos à Senzala. Os escravos eram trazidos pra cá do Mercado da Ribeira, em Olinda. Um dos cubículos da senzala é aberto e nele se encontram vários objetos como pilões, móveis bastante rústicos e pesados i...

O Baobá e o Pequeno Príncipe

Estamos na Praça da República, centro do Recife. É aqui que fica o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado de Pernambuco,  assim como um dos teatros mais belos do país, o Santa Isabel. E é nesse local que existe um Baobá, uma árvore especial. Viemos aqui atrás de uma história de que ouvimos falar: Teria sido esse o Baobá que serviu de inspiração para o famoso livro “O Pequeno Príncipe”? Desde a África pro Brasil O Baobá tem sua origem no continente africano e também há espécies originais da Austrália. As espécies da África foram as que vieram para Brasil trazidas por escravos que eram sacerdotes em seus povos de origem. Elas deveriam ser plantadas especificamente em lugares destinados a cultos. No Candomblé, é uma árvore considerada sagrada. Sob hipótese nenhuma deve ser ter seus galhos podados e muito menos ser cortada. Uma árvore virtuosa Segundo os botânicos, uma árvore dessas pode chegar a viver de três a seis mil anos e uma de suas principais virt...

Histórias e personagens do bairro de Apipucos

Vamos conhecer hoje, no Reverso, o bairro de Apipucos. Visitaremos lugares históricos e emblemáticos, que ainda hoje conservam-se em pontos extremos da área mais densamente urbanizada da cidade do Recife. A Igreja que já foi capela de engenho Nossa primeira parada é na Igreja de Nossa Sra. das Dores. Ela fica numa elevação bem às margens da via principal, a Av. de Apipucos, que mesmo num dia de domingo já pelas 15 horas é bastante movimentada. O acesso se dá por uma rua onde encontramos umas fileiras de casas que são bastante tradicionais em todo esse setor do bairro. Não se sabe a data de construção do templo, mas ele está construído sobre outro mais antigo, que teria sido a capela do Engenho Apipucos, fundado em 1577. Não há vestígios da Casa Grande desse engenho, mas acredita-se que ela poderia estar do lado esquerdo da igreja. O templo primitivo foi praticamente destruído pelos holandeses em 1645. É curioso, pois eles também saquearam e destruíram várias igrejas em Olinda. Só que d...