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Mostrando postagens com o rótulo patrimônio

Engenho Uruaé - Turismo rural e histórias em Condado - PE

Na zona rural do município de Condado, que fica na região da mata norte pernambucana, a 60 quilômetros do Recife, fica um recanto cheio de histórias: O engenho Uruaé. Fundado em 1736 por Manoel Corrêa de Oliveira Andrade, o Uruaé conserva, em ótimo estado, aquilo que é chamado de “quadrilátero do açúcar”: Casa-grande, a Capela, Senzala e a chamada “moita”, que é o lugar onde se produzia o açúcar. Esta é a  formação completa de um clássico engenho do Nordeste. A “ moita ” e a Senzala Apenas a “ moita ” é que não tem mais as moendas e demais engenhocas, porém, ainda podemos ver a chaminé, caminhões que transportam cana-de-açúcar e demais peças que passaram a usadas já depois que o maquinário e o próprio edifício foi modernizado no século passado. Atravessando um terreno gramado, chegamos à Senzala. Os escravos eram trazidos pra cá do Mercado da Ribeira, em Olinda. Um dos cubículos da senzala é aberto e nele se encontram vários objetos como pilões, móveis bastante rústicos e pesados i...

Histórias e personagens do bairro de Apipucos

Vamos conhecer hoje, no Reverso, o bairro de Apipucos. Visitaremos lugares históricos e emblemáticos, que ainda hoje conservam-se em pontos extremos da área mais densamente urbanizada da cidade do Recife. A Igreja que já foi capela de engenho Nossa primeira parada é na Igreja de Nossa Sra. das Dores. Ela fica numa elevação bem às margens da via principal, a Av. de Apipucos, que mesmo num dia de domingo já pelas 15 horas é bastante movimentada. O acesso se dá por uma rua onde encontramos umas fileiras de casas que são bastante tradicionais em todo esse setor do bairro. Não se sabe a data de construção do templo, mas ele está construído sobre outro mais antigo, que teria sido a capela do Engenho Apipucos, fundado em 1577. Não há vestígios da Casa Grande desse engenho, mas acredita-se que ela poderia estar do lado esquerdo da igreja. O templo primitivo foi praticamente destruído pelos holandeses em 1645. É curioso, pois eles também saquearam e destruíram várias igrejas em Olinda. Só que d...

O Paraíso Terreal e outros causos

A Pedra do Rodeadouro, nas proximidades de Bonito, cidade onde ficam as cachoeiras mais visitadas do estado de Pernambuco, guarda uma impressionante história, porém, pouco conhecida do grande público. No ano de 1811, quando a cidade de Bonito apenas começava a tomar as feições que teria mais tarde, chegou por aqueles lados um ex-soldado de nome Silvestre que tinha desertado do 12º batalhão das milícias de Alagoas. Silvestre se tornaria a figura principal de uma das primeiras comunidades messiânicas sebastianistas de que se tem notícia na história do Brasil. Mais de 50 anos antes do movimento do Arraial de Canudos, na Bahia e quase 100 anos antes da Revolta do Contestado, que ocorreu entre 1912 e 1916, no sul do país. Não se sabe muita coisa sobre ele. Onde nasceu, como foi parar em Bonito… Mas Silvestre conseguiu reunir em torno de sua figura um grande número de miseráveis que vagavam pelos sertões e fundou o “ Reino do Paraíso Terreal”. A Pedra do Rodeadouro e o “Paraíso Terreal” A im...

A casa onde Maurício de Nassau (não) morou

Na rua Sete de Setembro, Sítio Histórico de Olinda, próximo à Praça da Preguiça e o Sítio de Seu Reis, que já visitamos aqui no Reverso, há um casarão que logo atrai os olhares pelo seu vermelho vivo. Esse local acabou se tornando um ponto turístico por acidente. Não é um museu, nem tem um restaurante, nem sequer um dos inúmeros ateliês da cidade alta. Porém, é a fonte de uma lenda urbana que já foi tão massificada que muita gente local e até mesmo os guias de turismo repetem: A história de que uma das moradas de Maurício de Nassau teria sido aqui. Nassau e suas residências Nassau era um conde alemão que foi contratado pela Companhia das Índias Ocidentais e se tornou o governador das possessões holandesas no Brasil. Em 1637, desembarcou no Recife e foi o responsável por melhorias urbanas na cidade. Mandou construir a primeira ponte de grande extensão do Brasil e também seus dois palácios. O primeiro palácio, de nome Friburgo, ficou pronto em 1642 e era o local de despachos e demais tra...

Rua do Bom Jesus

A rua do Bom Jesus fica no bairro do Recife Antigo e é uma via importantíssima dentro do contexto histórico e cultural da capital pernambucana. Vamos conhecer sua história, além de alguns de seus pontos interessantes nesse passeio. Essa rua tem seus primórdios no começo do século XVII, quando os holandeses tomaram Pernambuco. Os navios flamengos que chegaram pela praia entre Igarassu e Paulista, conquistaram Olinda e voltaram seus olhos pra uns armazéns dos portugueses. Essa localidade era nada menos do que o atual bairro do Recife; que, no entanto, não passava de uma vila de pescadores onde havia um pequeno porto. Esse local em nada lembrava o lugar que anos depois, se tornaria a capital do estado de Pernambuco. Os holandeses chegaram! Incêndio em Olinda! Depois da captura desse porto, os holandeses começaram a organizar o espaço em que iriam habitar e trabalhar. Assim, fizeram obras que incluíam a construção de uma muralha em volta do povoado, com alguns lugares específicos (as chama...

Tortura Nunca Mais

Hoje nós finalizamos o passeio pela parte norte da Rua da Aurora, numa parada na Praça Pe. Henrique, onde vemos o monumento Tortura Nunca Mais. Um projeto para revitalizar a rua No início dos anos 1990, a prefeitura da cidade do Recife pretendia revitalizar uma área da Rua da Aurora que praticamente não tinha movimento. Surgiu então a ideia de se fazer uma praça com um monumento em memória dos mortos e os desaparecidos da época do regime militar. Um concurso foi feito e a proposta vencedora foi a do artista plástico piauiense, hoje radicado em Olinda, Demétrio Albuquerque. Leia também no Reverso: O Marco Zero do Recife e as origens da capital pernambucana A Casa da Cultura do Recife Em 27 de agosto de 1993 aconteceu a cerimônia de inauguração do Memorial Tortura Nunca Mais, onde participaram várias representantes do poder público e da sociedade. Esse foi o primeiro memorial construído em praça pública em homenagem aos presos e desaparecidos políticos mortos no Brasil. Várias homenagens...

Antes do Futebol, o Remo

Houve uma época em Recife, assim como na maior parte das grandes cidades brasileiras, em que o Remo foi mais popular do que o futebol. Sim, isso parece impensável hoje em dia, mas já foi uma realidade. E a Rua da Aurora faz parte dessa história. Como surgiu o Remo em Recife A modalidade era praticada desde a segunda metade do século XIX por rapazes que vinham principalmente da Inglaterra com os barcos. A Aurora do Recife Jaqueira e Futebol As regatas eram disputadas entre eles, tudo muito por entretenimento mesmo, não existiam clubes, muito menos calendário de competições. Em 1885 é que aparece o Club de Regatas Pernambucano, que promove as primeiras provas no ano seguinte. Agremiações e as competições Logo em seguida, apareceram as agremiações de Remo do Recife e muitas delas estabeleceram suas sedes na rua às margens do Capibaribe. Quase todas passaram uns poucos anos, apenas um clube ainda mantém atividades por lá: O Clube Náutico Capibaribe. O Almirante Barroso ( que mantém a grafi...

Jardim do Baobá

O Reverso do Mundo foi conferir o lançamento da Pedra Fundamental do Jardim do Baobá: um trecho às margens do Rio Capibaribe, que fica por trás da antiga estação da Maxambomba, na Ponte D’Uchoa, Leia sobre a estação da Maxambomba Maurício de Nassau e a Praça da República Recife é a cidade brasileira onde há mais exemplares dessa majestosa árvore. Há muita simbologia e todo um contexto cultural e histórico em volta dela. As origens desse gigante em solo pernambucano As primeiras sementes teriam sido trazidas por escravos que eram sacerdotes nas regiões africanas de onde foram tirados. As sementes eram pra serem plantadas em lugares destinados ao culto, como vimos em um outro post. Muitas delas, porém, acabaram sendo plantadas em outros lugares diferentes. No seu habitat de origem, não é tão comum que esteja em beira de rios, como no caso dessa árvore, tombada como Patrimônio Histórico desde 1988, que tem idade calculada em 300 anos e mede um pouco mais de 15 metros de altura. O Jar...