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O Baobá e o Pequeno Príncipe

Estamos na Praça da República, centro do Recife. É aqui que fica o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado de Pernambuco,  assim como um dos teatros mais belos do país, o Santa Isabel.

E é nesse local que existe um Baobá, uma árvore especial.

Viemos aqui atrás de uma história de que ouvimos falar:

Teria sido esse o Baobá que serviu de inspiração para o famoso livro “O Pequeno Príncipe”?

Desde a África pro Brasil

O Baobá tem sua origem no continente africano e também há espécies originais da Austrália.

As espécies da África foram as que vieram para Brasil trazidas por escravos que eram sacerdotes em seus povos de origem. Elas deveriam ser plantadas especificamente em lugares destinados a cultos.

No Candomblé, é uma árvore considerada sagrada. Sob hipótese nenhuma deve ser ter seus galhos podados e muito menos ser cortada.

Uma árvore virtuosa

Segundo os botânicos, uma árvore dessas pode chegar a viver de três a seis mil anos e uma de suas principais virtudes (entre tantas outras) é a capacidade de armazenar água.

O diâmetro de seu tronco, que pode chegar a ter até 10 metros, permite guardar milhares de litros de um recurso precioso pra regiões secas.

A capital brasileira dos baobás

Recife é a cidade no Brasil que tem mais desse tipo de árvore. Várias delas são tombados como patrimônio histórico. Ela também está bastante presente nas outras regiões do estado de Pernambuco, desde o litoral até os sertões.

Esse, que estamos visitando hoje, não é o mais antigo nem o maior, mas é o mais “famoso”.

Ele é bastante visitado até por estar numa importante praça, entre bairros movimentados e outros pontos turísticos na cidade.

Ele já foi tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1986 e está protegido por grades por que era alvo do vandalismo, de pessoas que arranhavam seu tronco, inscrevendo letras e figuras e subindo pra maltratar os galhos e arrancar seus frutos.

O Baobá e o Pequeno Príncipe

Não se sabe exatamente a idade dessa árvore, mas é seguro que ela já é mais que centenária.

Há uma história sobre esse exemplar, quase uma “lenda urbana”:

É que ele teria sido visitado por Antoine de Saint-Exupéry, que esteve no Brasil e, de passagem por Recife, teria ficado impressionado com a grandiosidade da árvore.

O aviador e escritor também esteve em Natal, no Rio Grande do Norte. É lá que se localiza o maior Baobá do Brasil em circunferência, com quase 20 metros.

Alguns estudiosos de literatura e história afirmam que a árvore natalense foi que deu a inspiração pra o pequeno príncipe, pelo fato de Saint-Exupéry ter feito alguns desenhos que lembram símbolos daquela cidade, como as falésias e as dunas.

No entanto, não existe comprovação, fotografia nem notícia de jornal com algum relato. O próprio autor francês nunca afirmou qual foi o Baobá que lhe inspirou.

Pode ter sido a impressão da árvore em si, com toda a sua grandiosidade que realmente impressiona, não de um exemplar específico, seja em Recife ou em Natal.

Mas quem já leu “O Pequeno Príncipe” deve ter notado que o Baobá está na história, mesmo tendo sido colocado como vilão, coisa que na realidade ele não é. Muito pelo contrário.

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