Andando em João Pessoa, capital da Paraíba, fomos conhecer o centro histórico da cidade e tivemos um encontro quase acidental com o poeta Augusto dos Anjos.
Marcos históricos de João Pessoa
Já tínhamos nos informado sobre alguns lugares interessantes e nos programamos para ir até o Convento de São Francisco e a Casa da Pólvora, edificação que servia de depósito de munição.
A gente sabia que nos arredores estava a Academia Paraibana de Letras, mas por alguma distração, acabamos não incluindo esse lugar no roteiro.
Cheguamos na praça Dom Adalto, dedicada ao primeiro bispo da Paraíba, tanto é que lá se localiza o Palácio Episcopal e um monumento em honra ao religioso. Dali, fomos em direção ao convento de S. Francisco.
No caminho, percebemos que era por lá a Academia Paraibana de Letras. Era um domingo de manhã e mesmo assim os portões estavam abertos, e já que estavam abertos, resolvemos entrar…
A Academia Paraibana de Letras
Quando, de dentro do casarão, escutamos uma voz mas não identificamos de onde vinha. Percebemos que era um senhor chamando pra entrar e conhecer a parte de dentro da Academia.
— Mas nós não temos muito tempo. Argumentamos (e de fato não tinha mesmo, estávamos de passagem pois tínhamos que pegar a estrada pra voltar pra casa em Olinda)
— ‘Cês ‘tão com pressa? Vamos entrando! Respondeu o senhor.
Então, lá entramos.
Memorial de Augusto dos Anjos
Esse senhor, muito simples e simpático, foi nos colocando em contato com aquele local, com a história, com os acadêmicos e particularmente com o poeta Augusto dos Anjos.
A APL foi fundada em 1941, bem depois da morte de Augusto dos Anjos, que foi em 1914, quando ele tinha apenas 30 anos em Leopoldina, Minas Gerais.
Diferentemente de Jackson do Pandeiro, os restos mortais do escritor não foram transferidos pra capital da Paraíba. Contudo, na APL funciona um memorial com vários objetos, livros, documentos e histórias, contadas pelo senhor que me chamou pra entrar.
E aqui eu não vamos fazer uma análise da obra de Augusto dos Anjos, não que seus poemas não mereçam ser citados, é só por uma questão de espaço.
Muito resumidamente, ele foi um poeta do tempo do pré-modernismo, alguns estudiosos o colocam como representante do simbolismo.
Deixou um livro, o “EU” e poemas avulsos.
Sua obra se caracteriza por uma originalidade na linguagem, pelo uso de termos técnicos da medicina e da psicologia. Entre outras inovações e particularidades. Consta também que ele fazia sessões mediúnicas, psicografava…
Só então depois dessa visita feita quase que sem querer, é que eu fomos ao Convento de São Francisco e à Casa da Pólvora. Mas foi muito bom pra mim atender o chamado daquele senhor, deixar um pouco a pressa de lado e conhecer mais essa figura singular da nossa literatura.
Comentários
Postar um comentário